quarta-feira, 22 de junho de 2011

O "Comportamento Animal" nas Empresas



Conforme prometido, darei continuidade nesse post aos comparativos entre os "comportamentos animais" que são vistos dentro das empresas e que cada vez mais perdem espaço.

(Reportagem publicada no Jornal "O Estado de S. Paulo de 19/06/2011)


Bicho Preguiça - Comportamento de Bicho Preguiça está fadado à demissão
Para um grande número de empresas, o processo de tomada de decisões está cada vez mais rápido porque elas demandam resultados quase imediatos. "A concorrência atual entre empresas é feroz e pode atropelar qualquer um que demorar a regair", diz o presidente  da Michael Page no Brasil, Paulo Pontes.
"As empresas rapidamente mudam seu foco ou métodos de trabalho se um projeto ou o desempenho geral da empresa não estiver indo bem. Se um funcionário estiver acostumado com uma forma de trabalhar ou se for resistente às novidades e não tentar entendê-las, aprender com elas e se adaptar a novos sistemas de trabalho, estará fadado a ser mandado embora", conclui o especialista.

Pavão - Arrogância e soberba só funciona com pavão
Com as estruturas cada vez mais enxutas nas empresas, hoje ninguém tem mais paciência com pessoas cheias de si, que ficam pavoneando suas qualidades, acham que sabem tudo e não aceitam ouvir opiniões contrárias.  Essa é a opinião do presidente da Lens & Minarelli, José Minarelli. "O arrogante é uma pessoa egocêntrica, que não tenta olhar uma situação por ângulos distintos e criar empatia com as pessoas com quem trabalha."
Esse tipo de profissional não contribui para a harmonia do ambiente de trabalho. Pelo contrário, traz um elemento destrutivo, acrescenta Minarelli. "E uma equipe sem harmonia nunca vai alcançar todo o seu potencial de trabalho."
O presidente da Michael Page Brasil, Paulo Pontes, resume o perfil arrogante: " É aquele que não sabe escutar. Acha que, por ter um bom currículo e por ter passado por importantes empresas, sabe tudo."

Papagaio - Papo de Papagaio pode se voltar contra o fofoqueiro
Jane Souza, do Grupo Soma Desenvolvimento Corporativo, diz que profissionais com língua solta feito um papagaio, isto é, com dificuldade de reter informações sobre o que acontece dentro da empresa podem acabar saindo prejudicados. "Se acontece de vez emquando, não é tão prejudicial, embora a fofoca tenha se tornado banal", aponta Jane. A executiva dá um exemplo. Um profissional, que chamaremos de A, ia ser mandado embora de uma companhia e o funcionário B ficou sabendo da situação, que comentou, por sua vez com o profissional C e a rede foi se espalhando, até que acabou nos ouvidos do futuro demitido. O funcionário A foi pedir satisfação com a chefia. "A direção acabou descobrindo quem tinha espalhado o dado sigiloso e o funcionário também foi demitido."

Águia - Ao espreitar vítima, profissional-águia humilha colega
Na opinião de William Bull, do Instituto Pieron, o assédio moral talvez seja a pior e mais destrutiva atitude que um profissional em posição de chefia pode adotar. "Trata-se de uma relação de poder hierárquico na qual o abuso está presente, o que torna esse comportamento desprezível, intolerável", afirma Bull.
O assédio envolve situações constantes de humilhação, com exposição vexatória do assediado, assim como uma águia mira constantemente sua presa. "É uma violência emocional, que causa muito estrago", completa Bull. "Nenhuma empresa pode tolerar esse tipo de comportamento dentro de seus quadros."
Segundo o diretor do Instituto Pieron, cada vez mais empresas orientam os funcionários sobre o tema. "E quando recebem uma queixa, elas têm o dever de investigar o caso e acionar um sistema de procedimentos internos para punir esse comportamento. A empresa deve ser solidária com a vítima."

Leão - Temperamento leonino mantém equipe distante
Como o leão que afasta outros animais com seus rugidos, o bípede que lança destemperos e mau humos constantes também não é boa companhia no trabalho. Ana Paula Henriques, diretora e consultora sênior da Mercer, diz que um profissional que manifesta seu desagrado de forma desrespeitosa ou fica alterado facilmente não tem futuro. "é uma pessoa que não sabe cobrar com educação e fala constantemente de maneira agressiva ou grosseira", explica.
"Se é um chefe fazendo uma crítica, não se preocupa em levar o subordinado a um lugar privado para conversarem, mas fala alto e na frente de outras pessoas".
Jane Souza, do Grupo Soma, acrescenta: "O chefe que faz comentários desqualificativos em público só vai perder profissionais de sua equipe."
William Bull, do Instituto Pieron, diz que uma pessoa de humor oscilante gera dificuldade de relacionamento. "as outras pessoas nunca sabem o que vão encontrar. Se for um chefe, os subordinados sentirão mais tmos do que respeito, mesmo que ele seja um profissional brilhante."

terça-feira, 21 de junho de 2011

Currículo abre porta, comportamento fecha


O Jornal "O Estado de S. Paulo" do último domingo, trouxe uma reportagem muito interessante sobre perfil x comportamentos e que gostaria de reproduzir aqui. Principalmente pelo fato que esse é um assunto muito pertinente quando falamos de gestão de pessoas, avaliação de desempenho, capacitação técnica e comportamentos.
Eu particularmente defendo a ideia de que um excelente profissional é aquele que também apresenta excelentes comportamentos, além dos resultados. E é um pouco disso que a reportagem fala.... Espero que gostem!

Por Jennifer Gonzales

Um currículo irretocável é a porta de entrada para um profissional em uma empresa. Se o documento define sua chegada, no entanto, é seu comportamento, que pode antecipar sua saída.

Segundo empresas de recrutamento e especialistas em recursos humanos, não adianta um funcionário acumular qualidades como alta capacitação, idiomas na ponta da língua ou larga experiência no mercado se não estiver em sintonia com o estilo da empresa. Ou, ainda, se for desrespeitoso com colegas, mostrar traços de inflexibilidade ou ser pouco aberto a mudanças - que hoje ocorrem em alta velocidade nas corporações.

A diretora da consultoria Grupo Soma Desenvolvimento Corporativo, Jane Souza, resume a importância da atitude pessoal do funcionário para sua permanência em uma empresa: "A tendência atual do mercado é de que 25% de sua permanência na companhia depende de sua capacidade profissional e 75% do seu comportamento", explica.

Características negativas*, porém, não deveriam ser detectadas durante o processo de seleção? "Muitas vezes as companhias de RH estão mais preocupadas em preencher a vaga, e não em entender a personalidade do entrevistado", afirma Paulo Pontes, presidente no Brasil da Michael Page, muiltinacional inglesa de recrutamento de executivos.

Cultura. "Ocorre também de as companhias de recrutamento não se preocuparem em transmitir os valores e a cultura da empresa contratante ao candidato, o que o ajudaria a decidir se tem afinidade com o estilo da contratante", diz Pontes.

Ele explica que, por "cultura empresarial" deve-se entender valores que regem uma empresa e que definem a forma como ela se relaciona com investidores, comunidade, clientes, fornecedores e empregados.

"Há emrpesas mais agressivas, extremamente voltadas para os resultados, ao quanto de retorno dão para os acionistas", acrescenta Pontes. "Outras buscam um desenvolvimento mais sutentável no longo prazo, se precoupam com o impacto socioambiental que irão causar na sociedade, nas comunidades locais e também na vida dos seus funcionários. Se o profissional não se identifica com o contratante, ele acaba não se adaptando e vai embora."

William Bull, diretor de capital humano (gestão de talentos) do Instituto Pieron, empresa de avaliação e preparação de profissionais com funções de chefia, acredita que as empresas dão ênfase excessiva aos aspectos do currículo, em detrimento do comportamento do profissional. "Olhar só o currículo do candidato é algo muito arriscado."

Bull reconhece, no entanto, que o ato da entrevista, e mesmo testes e dinâmicas de grupo em processos de seleção têm um lado artificial. "Não é possível prever exatamente como ele se comportará no ambiente de trabalho. Mas, pelo menos, dá para ter uma ideia aproximada da personalidade do candidato", indica.

Afinidade. "Currículo é só o começo", opina a diretora executiva da Lens & Minrelli, empresa de aconselhamento de carreira e recolocação de executivos, Mariá Giuliese. "Na minha opinião, o que é determinante na contratação de um profissional é se a empresa se afina com o entrevistado. A interpretação de como esse funcionário irá contribuir para o sucesso da empresa é totalmente subjetiva, baseada nos valores daquela companhia."

Em outras palavras, diz Mariá, "se o funcionário não estiver alinhado com a forma de pensar da chefia já no exercício de suas funções. ele não irá durar muito tempo".

A necessidade de uma escolha cuidadosa de um profissional também está ligada ao bom clima do ambiente de trabalho, opina a diretora do Grupo Soma, Jane Souza. "Atualmente, passamos muito tempo no trabalho", diz a executiva. "E quanto mais satisfeitos estamos dentro dele, melhor é para todos nós", completa.
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* No meu próximo post, trarei a continuidade dessa reportagem que fala sobre as comparações de comportamentos do "mundo animal" com o "mundo empresarial". Vale a pena ler...

Abraços a todos!!