sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Sufocada pela Informação!



São 18 horas. Estou no escritório tentando dar conta dos e-mails, telefonemas, contatos pessoais e todas as outras formas possíveis de relacionamentos que acontecem diariamente. Praticamente todo o meu dia foi tomado por reuniões e conference calls. Rotinas das empresas em geral...

Olho para um canto da minha mesa e uma imagem me incomoda... Nada menos que 11 revistas paradas ali, esperando para serem lidas (Sim, eu tomei coragem para contar). Certamente, muitas reportagens interessantes, que seriam muito valiosas para o exercício da minha função.

Chego em casa e outra cena me aflige... Algumas revistas ainda na embalagem, há pelo menos 1 semana. No escritório, vários livros que comprei  desejando ter um tempo para lê-los, querendo isso mais que tudo quando estava lá, dentro da livraria, delirando entre tantos títulos interessantes. Comprei... e agora, cadê o tempo para ler?

Sem contar as mídias sociais: acompanhar todas é praticamente missão impossível. Facebook, Twitter, Blogs, sites de notícias, e-mails... ufa! Não consigo mais dar conta!!

Aliás, num desses sites esses dias, vi uma notícia assustadora: o brasileiro lê, em média 4 livros por ano e apenas metade da população é considerada leitora. Ou seja, pelo jeito eu não sou a única que não estou conseguindo vencer os livros! Ainda tento me manter acima dessa média, mas confesso que está ficando cada vez mais difícil.

Há algum tempo tenho me sentido assim, totalmente sufocada pela quantidade de informação que me cai às mãos todos os dias. E confesso... já não consigo mais priorizar o que é realmente importante, o que é desejável, o que eu posso descartar...

Nas rodas de amigos, a sensação é que sempre estão falando daquilo que eu não li. E por dentro, a culpa me consome! Pensamentos do tipo “se eu tivesse lido, estaria participando da conversa agora”, vão e vêm a todo tempo.

Mas definitivamente, eu queria conseguir relaxar. Porque jamais vou dar conta de ler ou absorver tudo aquilo que eu gostaria. Sim, eu gostaria de ler mais sobre Culinária, Fotografia, Política, Economia e Religião... E até aquelas revistas de fofocas, dos famosos passeando com seus cachorros, jantando, almoçando (como se isso fosse algo fora do comum!).

Mas eu também preciso de tempo para outras coisas... comer pipoca no sofá, passear com os meus cachorros, conversar com as pessoas que amo, visitar amigos, me visitar... Preciso de tempo para cuidar daquilo que eu gosto, daquilo que conquistei...

E por isso, vou tentar não vou sofrer tanto se eu não der conta de todos os assuntos e não souber o que está se passando com os primeiros capítulos da nova novela ou com o julgamento do mensalão. Ou ainda se não li a trilogia dos "Cinquenta Tons"!! 3 livros?! Onde eu conseguiria tempo para tanto?! Todo mundo só fala nisso!! Mas alguém vai me contar, eu sei... E assim, não me considerarei uma total desinformada, até que eu consiga ler um pouco sobre tudo...

A verdade é que cada vez mais as pessoas têm coisas para contar e por isso, o número de publicações aumenta cada vez mais. Eu gosto de ler, sempre gostei. Me lembro que quando era criança, estava sempre com um livro nas mãos. Mas percebo que hoje as pessoas estão mais cansadas. Acorda-se cedo demais para ir ao trabalho e dorme-se no ônibus ou no metrô até chegar em casa. Aquele tempo precioso para a leitura foi dedicado ao descanso necessário, que as grandes cidades roubam de nós através do trânsito, das filas...

Além disso, os equipamentos eletrônicos, de tão fácil conexão, invadem o tempo que você poderia ler uma revista... Tables, Smartphones e outros! Sempre tão acessíveis, conectados... daí a entrar no Facebook pra dar uma “olhadinha” e gastar 1 hora é um pulo!

Eu ainda não tenho receitas ou fórmulas mágicas para conseguir mais tempo para ler. Mas confesso que estou precisando disso. Então, quero compartilhar com vocês (que estão tirando um tempo para ler mais um texto de alguém que tem muito a contar) esse meu incômodo. E além disso, perguntar: Você está feliz com a quantidade de livros que lê por ano? Você já encontrou um jeito de “ler mais”?

Todos nós já conhecemos os benefícios da leitura. Ela abre portas, estimula a criatividade, nos faz sonhar, auxilia no processo de desenvolvimento, enfim... seria uma lista muito grande colocar todos eles aqui. Mas mesmo assim, ainda não colocamos a leitura como uma das prioridades. Por que? O que acontece com a gente?

Quero ouvir você. Compartilhe a sua experiência. Será ótimo trocarmos “figurinhas” sobre o assunto...

Abraços!

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Os Cinco Arrependimentos dos Pacientes Terminais...



Meu convite hoje é para que você pare um pouquinho o que está fazendo e leia essa matéria que foi publicada no site do Hospital Albert Einstein (www.einstein.br) em Janeiro deste ano.

Ela nos faz refletir sobre como estamos levando a nossa vida, e o mais importante... nos faz parar pra pensar se vamos ter tempo para corrigirmos aquilo que não nos agrada ou se vamos levar conosco os nossos arrependimentos... 

Você trabalha demais? Dedica pouco tempo aos seus filhos, amigos, parentes? Não tem feito coisas que realmente gosta? Há quanto tempo não vai pra casa a tempo de ver o sol se pôr? Talvez seja bom parar, pensar... e começar a mudar já aquilo que não te faz feliz!

Espero que gostem da leitura!


Recentemente foi publicado nos Estados Unidos um livro que tem tudo para se transformar em um best seller daqueles que ajudam muita gente a mudar sua forma de enxergar a vida. "The Top Five Regrets of the Dying" (algo como “Os cinco principais arrependimentos de pacientes terminais”) foi escrito por Bronnie Ware, uma enfermeira especializada em cuidar de pessoas próximas da morte.

Para analisar a publicação, convidamos a Dra. Ana Cláudia Arantes – geriatra e especialista em cuidados paliativos do Einstein – que comentou, de acordo com a sua experiência no hospital, cada um dos arrependimentos levantados pela enfermeira americana. Confira abaixo.


1. Eu gostaria de ter tido coragem de viver uma vida fiel a mim mesmo, e não a vida que os outros esperavam de mim
“À medida que a pessoa se dá conta das limitações e da progressão da doença, esse sentimento provoca uma necessidade de rever os caminhos escolhidos para a sua vida, agora reavaliados com o filtro da consciência da morte mais próxima”, explica Dra. Ana Cláudia.

“É um sentimento muito frequente nessa fase. É como se, agora, pudessem entender que fizeram escolhas pelas outras pessoas e não por si mesmas. Na verdade, é uma atitude comum durante a vida. No geral, acabamos fazendo isso porque queremos ser amados e aceitos. O problema é quando deixamos de fazer as nossas próprias escolhas”, explica a médica.

“Muitas pessoas reclamam de que trabalharam a vida toda e que não viveram tudo o que gostariam de ter vivido, adiando para quando tiverem mais tempo depois de se aposentarem. Depois, quando envelhecem, reclamam que é quando chegam também as doenças e as dificuldades”, conta.

2. Eu gostaria de não ter trabalhado tanto
“Não é uma sensação que acontece somente com os doentes. É um dilema da vida moderna. Todo mundo reclama disso”, diz a geriatra.

“Mas o mais grave é quando se trabalha em algo que não se gosta. Quando a pessoa ganha dinheiro, mas é infeliz no dia a dia, sacrifica o que não volta mais: o tempo”, afirma.

“Este sentimento fica mais grave no fim da vida porque as pessoas sentem que não têm mais esse tempo, por exemplo, pra pedir demissão e recomeçar”.

3. Eu gostaria de ter tido coragem de expressar meus sentimentos
“Quando estão próximas da morte, as pessoas tendem a ficar mais verdadeiras. Caem as máscaras de medo e de vergonha e a vontade de agradar. O que importa, nesta fase, é a sinceridade”, conta.

“À medida que uma doença vai avançando, não é raro escutar que a pessoa fica mais carinhosa, mais doce. A doença tira a sombra da defesa, da proteção de si mesmo, da vingança. No fim, as pessoas percebem que essas coisas nem sempre foram necessárias”.

“A maior parte das pessoas não quer ser esquecida, quer ser lembrada por coisas boas. Nesses momentos finais querem dizer que amam, que gostam, querem pedir desculpas e, principalmente, querem sentir-se amadas. Quando se dão conta da falta de tempo, querem dizer coisas boas para as pessoas”, explica a médica.

4. Eu gostaria de ter mantido contato com meus amigos
“Nem sempre se tem histórias felizes com a própria família, mas com os amigos, sim. Os amigos são a família escolhida”, acredita a médica. “Ao lado dos amigos nós até vivemos fases difíceis, mas geralmente em uma relação de apoio”, explica.

“Não há nada de errado em ter uma família que não é legal. Quase todo mundo tem algum problema na família. Muitas vezes existe muita culpa nessa relação. Por isso, quando se tem pouco tempo de vida, muitas vezes o paciente quer preencher a cabeça e o tempo com coisas significativas e especiais, como os momentos com os amigos”.

“Dependendo da doença, existe grande mudança da aparência corporal. Muitos não querem receber visitas e demonstrar fraquezas e fragilidades. Nesse momento, precisam sentir que não vão ser julgados e essa sensação remete aos amigos”, afirma.

5. Eu gostaria de ter me deixado ser mais feliz
“Esse arrependimento é uma conseqüência das outras escolhas. É um resumo dos outros para alguém que abriu mão da própria felicidade”.

“Não é uma questão de ser egoísta, mas é importante para as pessoas ter um compromisso com a realização do que elas são e do que elas podem ser. Precisam descobrir do que são capazes, o seu papel no mundo e nas relações. A pessoa realizada se faz feliz e faz as pessoas que estão ao seu lado felizes também”, explica.

“A minha experiência mostra que esse arrependimento é muito mais dolorido entre as pessoas que tiveram chance de mudar alguma coisa. As pessoas que não tiveram tantos recursos disponíveis durante a vida e que precisaram lutar muito para viver, com pouca escolha, por exemplo, muitas vezes se desligam achando-se mais completas, mais em paz por terem realmente feito o melhor que podiam fazer. Para quem teve oportunidade de fazer diferente e não fez, geralmente é bem mais sofrido do ponto de vista existencial”, alerta.


Dica da especialista
“O que fica bastante claro quando vejo histórias como essas é que as pessoas devem refletir sobre suas escolhas enquanto têm vida e tempo para fazê-las”.

“Minha dica é a seguinte: se você pensa que, no futuro, pode se arrepender do que está fazendo agora, talvez não deva fazer. Faça o caminho que te entregue paz no fim. Para que no fim da vida, você possa dizer feliz: eu faria tudo de novo, exatamente do mesmo jeito”.

De acordo com Dra. Ana Cláudia, livros como este podem ajudar as pessoas a refletirem melhor sobre suas escolhas e o modo como se relacionam com o mundo e consigo mesmas, se permitindo viver de uma forma melhor. “Ele nos mostra que as coisas importantes para nós devem ser feitas enquanto temos tempo”, conclui a médica.